Na cerâmica reflete-se o carácter do povo que a produz...
…nas suas formas está a poesia de cada nacionalidade, na cor os diferentes aspetos de cada país.” (José Queirós, Cerâmica Portuguesa).
É impossível pensar nas tradições portuguesas sem pensar na cerâmica. Essa que é a mais antiga das indústrias, tem vindo a acompanhar a humanidade desde o seu início, desde azulejos, porcelanas, faianças, grés, e vasos, esta é das matérias mais versáteis.
Apesar de ter sido usada desde muito cedo em Portugal para fazer vasos e potes, a cerâmica como hoje a conhecemos chega a Portugal vinda de Espanha, como influência da presença árabe na península ibérica. Começa-se, então, a usar os azulejos – al zulej, “pedra escorregadia e brilhante” – com cores neutras e padrões árabes. Só no século XVI se começam a usar cores mais fores e pinturas mais delicadas com a criação de esmaltes metálicos.
Com o regresso dos navegadores portugueses da china, no século XVII, apareceram as porcelanas pintadas de azul e branco, tornando-se estas as cores tradicionais da indústria ceramista. O período Barroco veio trazer o costume de retratar imagens e histórias em azulejos de forma a imortalizar cenas importantes da história, muito usado em igrejas e conventos.
Atualmente, a maior marca de azulejos portugueses chama-se Viúva Lamego e está presente no país desde 1849, esta, mais do que produzir azulejos, produz obras arquitetónicas.
No século XX, Rafael Bordalo Pinheiro imprimiu a sua marca nesta indústria, sendo reconhecido como um dos grandes nomes da cerâmica portuguesa e mundial. Até hoje, é uma marca valorizada pela riqueza do detalhe e pelo seu estilo naturalista.
Em 1824 nasce a Vista Alegre, a marca de louça portuguesa mais internacionalmente conhecida. A louça desta marca é oficialmente usada em casas reais e oficiais por tudo o mundo, desde a Presidência de Portugal, à Casa Branca e ao Palácio de Buckingham. Vista Alegre é assim uma das marcas mais conceituadas e emblemáticas do nosso país, sendo a sua fábrica a mais antiga da Península Ibérica